PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO FLUMINENSE DE SOCIOLOGIA 2024

DIA 08/10

14h às 16h

Mesa de abertura: "Crises e Transformações: Desafios Sociológicos na Política, Meio Ambiente e Educação"

Mediação de Armando Luís de Oliveira, com participação dos professores Jorge Chaloub, André Dumans e Luane Bento dos Santos

As tensões políticas, crises ambientais e desigualdades educacionais representam aspectos da vida social no Brasil contemporâneo. Os discentes do PPGS convidam a refletir sobre as intervenções sociológicas possíveis que podem contribuir na mobilização de agentes sociais na construção de saídas coletivas para esses dilemas. Seja nas observações das ações de Estado, demandas sociais e de atores políticos impactando em processos de democratização ou desdemocratização; seja no acompanhamento de vidas e culturas sob a agência de eventos climáticos extremos; seja no aprimoramento da educação como vetor do desenvolvimento socioeconômico e do pensamento social crítico. Na articulação de olhares para distintas questões como estas é onde se reestruturam os saberes sociológicos. Dessa forma, o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense se apresenta enquanto espaço de exercício reflexivo e relacional dos temas emergentes e clássicos nas ciências sociais, convidando interessados e interessadas para participar da discussão no XII Seminário Fluminense de Sociologia.

Coffee break - 16h às 16h30min

Grupos de Trabalho: 16h30min às 19h30min

Religião, Política e Mídias - Sessão 1 (Prof. Christina Vital, Suzanne Mendonça, Lucas Rocha e Laís Santos);
Teoria da Memória e Movimentos Sociais (Prof. Joana Ferraz);
Sociologia da Natureza, Terra e Meio Ambiente (Prof. André Dumans e Leila Marimbondo);
Raça e Interseccionalidade (Prof. Flavia Rios e Prof. Danilo França).

DIA 09/10

Grupos de Trabalho: 14h às 17h

Religião, Política e Mídias - Sessão 2 (Prof. Christina Vital, Suzanne Mendonça, Lucas Rocha e Laís Santos);
Cultura, Representação e Processos Criativos (Prof. Jorge De La Barre e Guilherme Marcelino);
Sociologia Econômica (Prof. Cristiano Monteiro e Ana Claudia Bessa);
Sociologia da Violência: Intersecções de Raça, Gênero, Classe e Território (Prof. Juliana Vinuto, Prof. Carolina Grillo e Matheus de Moura);
Sexo, Gênero, Poder e Desigualdades (Prof. Verônica Toste)
Educação e Desigualdades (Prof. André Vieira e Ana Priscila Carvalho);
Sociologia Digital (Prof. Jair Ramos e André Viana).

Coffee break - 17h às 18h

18h às 20h

Mesa de encerramento: “Presença indígena na Sociologia fluminense”

Mediação de Janaina Santos Dias, com participação da Prof. Mônica Lima

Mônica Lima (Tripuira Kuarahy - O Pássaro que Canta ao Amanhecer), etnia Mura Manaú Arawak é mulher indígena reconhecida por sua luta junto às mulheres na reconstrução do Matriarcado Ancestral e por seu protagonismo na Resistência Aldeia Maracanã, onde coordena o Laboratório de Protagonismo Feminino (que possui uma extensão, a Aldeia Portal da Floresta, na Ilha Grande, onde também atua o coletivo Matriarcado Ancestral). É mãe, professora da rede estadual, liderança junto à categoria da Educação e do Fórum de Saúde, trabalhando a saúde e a pedagogia com princípios decoloniais e do bem-viver. É Dra. Pesquisadora PhD em Ciências Biológicas, servidora da UERJ e professora da Universidade Pluriétnica Indígena Aldeia Maracanã.

EMENTAS DOS GRUPOS DE TRABALHO

RELIGIÃO, POLÍTICA E MÍDIAS

(Coordenação: Prof. Christina Vital, Suzanne Mendonça, Lucas Rocha e Laís Santos)

Espera-se deste Grupo de Trabalho uma análise de trabalhos concluídos, parciais, ou em início de pesquisas que contemplem a religião de forma teórica ou empírica, buscando compreender onde as redes sociais ganham lugar dentro desse ecossistema e como a moral possui lugar no sagrado e na política brasileira. Pesquisas que busquem a compreensão de diversas religiões, espaços e atores, realizando uma interação com a literatura especializada.

CULTURA, REPRESENTAÇÃO E PROCESSOS CRIATIVOS

(Coordenação: Prof. Jorge De La Barre e Guilherme Marcelino)

Este Grupo de Trabalho convida pesquisadores de diferentes áreas que atuam no campo dos processos criativos em suas diversas facetas e interseções na sociedade contemporânea. Por meio de análises críticas e empíricas, buscamos compreender como os processos criativos impactam nas percepções e realidades em um mundo em constante mudança. Exploramos temas como mundos da arte, economia criativa e microempreendedorismo. Nosso foco está voltado para compreender os resultados e impactos dessas produções na sociedade. Damos ênfase a pesquisas interdisciplinares que integrem sociologia, estudos culturais, antropologia, estudos de gênero, comunicação e outras disciplinas das ciências humanas. Valorizamos trabalhos originais que apresentem rigor metodológico e clareza na escrita, contribuindo para enriquecer o debate sobre a complexidade dos processos criativos no mundo contemporâneo.

SOCIOLOGIA DA VIOLÊNCIA: INTERSEÇÕES DE RAÇA, GÊNERO, CLASSE E TERRITÓRIO

(Coordenação: Prof. Juliana Vinuto, Prof. Carolina Grillo e Matheus de Moura)

Este GT se dedicará às pesquisas prontas ou em andamento que abordem de forma central a relação entre raça, racismo, gênero, classe e violência urbana, focando assim em fomentar abordagens que ainda seguem marginalizadas tanto no campo da Sociologia da Violência, quanto na de Raça. O objetivo é que se fale das produções de conflitos e opressões no meio urbano, bem como outras configurações territoriais, a partir de uma perspectiva intersecional que não marginalize as estruturas de poder centrais das relações sociais brasileiras em prol de uma sociologia sobre violência ensimesmada.

EDUCAÇÃO E DESIGUALDADES

(Coordenação: Prof. André Vieira e Ana Priscila Carvalho)

O papel decisivo da educação como mediadora entre origens e destinos sociais tem sido objeto de longa tradição de estudos sociológicos. Como critério para determinar recompensas sociais como renda, prestígio e poder, os sistemas educacionais constituem elemento central para entender as múltiplas formas de desigualdades nas sociedades contemporâneas. O GT pretende reunir trabalhos que contribuam para o avanço teórico e empírico sobre a relação entre educação e desigualdades, sobretudo no contexto das políticas de expansão e diversificação educacional implementadas nas últimas décadas no Brasil.

TEORIA DA MEMÓRIA E MOVIMENTOS SOCIAIS

(Coordenação: Prof. Joana Ferraz)

O objetivo deste GT é abrir debates acerca das diferentes correntes da teoria da memória, no campo da teoria social. Problematizar o conceito de memória e as suas vinculações com as lutas políticas contemporâneas na (re)construção das (re)existências comunitárias. Analisar a produção da memória coletiva, a partir de uma perspectiva ética-poética-política-pedagógica-econômica.

RAÇA E INTERSECCIONALIDADES

(Coordenação: Prof. Danilo França e Prof. Flávia Rios)

Este GT se dedicará a reunir pesquisas que trabalhem com uma perspectiva relacional sobre raça e racismo a fim de compreender os processos de reprodução e transformação das relações raciais brasileiras. São desejáveis para a discussão desse GT temas como: segregação urbana, desigualdades, mobilização política, interseccionalidade, identidades e ações afirmativas. São bem-vindas tanto as pesquisas empíricas como teóricas.

SOCIOLOGIA DIGITAL

(Coordenação: Prof. Jair Ramos e André Viana)

Este Grupo de Trabalho se dedica às pesquisas sobre tecnologias digitais de comunicação e seus efeitos na configuração de socialidades, modos de subjetivação e relações de poder. Essas tecnologias são, simultaneamente, um produto social e um ator em redes sociotécnicas. O que supõe: 1) como os media digitais são estruturados social e culturalmente e, ao mesmo tempo, participam da estruturação da sociedade e da cultura, prestando particular atenção às articulações de gênero e outras diferenças; 2) os media não são apenas um conjunto de tecnologias com as quais os agentes lidam segundo sua vontade, ao contrário, essas tecnologias estão organizadas em formatos institucionais, a exemplo das plataformas e aplicativos, também perpassadas por finalidades econômicas e políticas que impactam os modos pelos quais os agentes utilizam medias digitais. A partir desse último ponto, busca-se ainda compreender o impacto da produção e do armazenamento de grandes volumes de dados – big data – em diferentes esferas sociais, bem como na circulação e recepção do conhecimento científico e das ideias.

SEXO, GÊNERO, PODER E DESIGUALDADES

(Coordenação: Prof. Verônica Toste)

Esse Grupo de Trabalho convida discussões teóricas e empíricas sobre sexo, gênero, poder e desigualdades. Valorizamos desde pesquisas sobre desigualdades e as relações sociais cotidianas até trabalhos que se debruçam sobre o problema nas organizações, instituições, mercado e cotidiano. O GT recebe trabalhos de diversas orientações teóricas e metodológicas, privilegiando o olhar sociológico para os processos, mecanismos e materialidades. As temáticas podem abordar a divisão sexual do trabalho, o controle da reprodução, a guerra, a violência, as políticas públicas, o ordenamento legal e assim por diante.

SOCIOLOGIA ECONÔMICA

(Coordenação: Prof. Cristiano Monteiro e Ana Claudia Bessa)

O GT visa reunir pesquisadoras/es que trabalham com teorias e conceitos relacionados à subárea da Sociologia Econômica, enfatizando abordagens que incorporem as dimensões sociais, políticas e culturais da economia. O GT privilegia a recepção de trabalhos que combinem pesquisa empírica com análise teórica e valoriza a diversidade teórico-metodológica que tradicionalmente caracteriza os eventos de Sociologia Econômica. O GT contempla temas como dinheiro(s) e finanças, redes econômicas, inovação, capitalismos comparados, setores econômicos, desenvolvimento, sistemas transnacionais de produção, moralidades e economia, financeirização, mercados de trabalho e organizações.

SOCIOLOGIA DA NATUREZA, DA TERRA E DO MEIO AMBIENTE

(Coordenação: Prof. André Dumans e Leila Marimbondo)

Ainda que tardiamente, as questões relativas ao “meio-ambiente”, à “ecologia” ou à “natureza” vêm ocupando crescente atenção dos sociólogos. Esses tópicos têm sido abordados pela disciplina a partir de objetos diversos: os avanços das fronteiras de acumulação capitalista; o agronegócio, as plantations e o neoextrativismo; os conflitos socioambientais e os efeitos nocivos de empreendimentos e projetos de desenvolvimento; as lutas de atingidos, indígenas, quilombolas, pescadores, povos e comunidades tradicionais; os racismos e desigualdades socioambientais; as formas de governo e as políticas públicas do meio ambiente; a transição ecológica e a economia verde; as diversas apropriações e transformações dos discursos, práticas e instituições ecológicas; os efeitos das pandemias; as catástrofes climáticas e o aquecimento global; o “Antropoceno”, o “Capitaloceno” e o “Plantationoceno”; as relações entre terra, território e a Terra; as relações humano-animal (e os agenciamentos e composições entre humanos e não-humanos); os estudos da ciência e tecnologia; as problematizações dos grandes divisores “naturalizando” a separação entre natureza, de um lado, e cultura e sociedade, de outro; os encontros entre a questão ambiental e a questão colonial. Todos esses temas nos interessam, e convidamos os estudantes trabalhando com eles a nos apresentarem propostas para esse GT.